
Tentarei falar sobre o seriado "After Life" sem muitos spoilers, contudo de uma forma tente desperte o interesse do leitor em assistir. Bom, lá vai. Após a perda de sua esposa, Tony (interpretado por Ricky Gervais) enfrenta o luto de maneira agressiva, o personagem se queixa, discute, chora e não esconde sua intenção em encurtar sua existência. Com o avançar da produção, conhecemos aos poucos não só a dor de Tony, também de pessoas da pequena cidade em que ele vive. Tony escreve para um jornal falido, sua atribuição no jornal é escrever as histórias dos moradores. A cada história banal, insossa, percebemos a intenção do roteiro em colocar o personagem em reflexão. As histórias triviais e desinteressantes mostram para Tony a delicadeza da vida, algo que ele faz questão de esquecer que existe. Há momentos de lucidez quando os personagens ao seu redor tentam mostrar para Tony que a vida vale a pena e que a beleza dela está nos pequenos momentos, tudo sempre de forma engraçada e sarcástica, ênfase nesse ponto anterior. O relacionamento mais doce da série é com sua cachorra, Brandy, o fator que afasta Tony de tomar medidas desesperadas. Fazia tempo que não me identificava tanto com um personagem. No final das contas, é difícil não se emocionar e torcer por aquele sarcástico ranzinza infeliz. A trilha sonora é outro ponto fantástico em “After Life”. Sem hesitar digo que se trata de uma série que merece ser vista e revista. Se você ficou interessado, mas pensa que a série é grande, bom, são três temporadas de seis episódios cada, disponíveis na Netflix. Ah, antes que eu esqueça, é do mesmo criador do The Office britânico.
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