
Não acredito que, de modo geral, brasileiros apreciem política, creio que nós gostamos de torcer por candidatos, partidos, como se fossem times de futebol. Há um maniqueísmo ideológico, o eterno FLA x FLU, bem contra o mal, luz contra trevas. Além de constituir o DNA Tupiniquim, somos bombardeados com conteúdo de rede social do tipo “tome um lado”, no qual influenciadores, a serviço de alguém com interesses questionáveis, recrutam dispostos soldados para brigas virtuais. Se o leitor tiver nervos de aço, ou quiser testar sua inteligência emocional, leia comentários em postagens políticas, especialmente em canais de imprensa. É comum ver desconhecidos trocando ofensas. Ah, talvez você encontre comentários de amigos ou parentes. Esteja avisado sobre uma possível frustração.
Lembro com saudosismo do finado Orkut, lá havia debates embasados nos espaços chamados “comunidades” de diversos assuntos. Claro que existiam discussões, xingamentos, contudo eu achava menos agressivo do que hoje. Não sei o que aconteceu, essa análise fica para especialistas.
De uns anos para cá – em especial, de três eleições para cá – muitas amizades foram desfeitas, laços entre familiares ficaram fragilizados, tudo por política. Grupos de WhatsApp se tornaram ringue de quem acredita estar a serviço do bem, aí tenta converter outros, no final, ninguém muda, pois cada um tem apego às suas convicções, por mais que haja esforço do emissor da mensagem, se o receptor não estiver propício, nada se alterará. Política se tornou uma questão de fé, de credo enraizado. Garanto que ofender, por mais que descarregue sua raiva (e aquele ser humano mereça), não trará resultados satisfatórios, isso apenas alarga o abismo entre nós, que somos marionetes de quem disputa o poder.
Isso quer dizer que devemos nos calar? Não, porém leve em consideração alguns pontos, por exemplo, vale a pena debater? Se o interlocutor for passional, especialmente se for próximo, tenha cautela. Se não for uma pessoa estimada, avalie se o contato com ela agrega algo bom à sua jornada. Lembre-se que o debate pode se transformar em discussão, quiçá em porradaria, oportuno citar que houve casos de tragédias. Não hesite em romper laços com radicais, extremistas.
Lembre-se que a vida é curta demais para perder tempo com algumas causas, sobretudo para defender político que está pouco se lixando para você, em especial na internet, aliás, tem tanto conteúdo massa na rede.
Aproveita e divulga meu blog.
Abraço
Paz
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