
De vez em quando, me vejo criando alguma história para publicar aqui, esquecendo que existem situações interessantes na vida diária, não necessariamente algo fora do comum, às vezes a minha reflexão sobre algum evento pode ser o tema de um texto. Bom, quando me sento para digitar que percebo se a ideia vai vingar. Vamos lá.
Apesar de estar longe de ostentar uma aparência física atraente, sempre busquei me manter ativo, há anos, por influência do meu irmão, comecei a treinar musculação. Ele sempre foi criterioso na escolha dos treinos, sobretudo na execução adequada dos exercícios, portanto com rigor à técnica, afinal não se pode treinar de qualquer jeito. Apesar de não treinarmos juntos há bastante tempo, incorporei essa observância ao cotidiano da academia, além, claro, de praticar arte marcial há um tempo considerável.
Pois bem, estava este autor a executar um movimento chamado “Pulldown” na polia, concentrado, com fones de ouvido (óbvio), quando chega um jovem mancebo gesticula para mim, retiro um dos fones para escutar o que ele tinha a transmitir. Como não lembrarei o diálogo para transcrever, resumirei: ele veio me corrigir. Durante a explicação dele, observei seu corpo franzino. Ele não parecia ter mais de vinte anos, mas chegou com uma segurança de profissional da educação física com longos anos de experiência. Não prestei muita atenção, nem entendi a razão da intervenção.
A teoria da relatividade comenta que tempo e espaço são relativos, durante o breve momento da consultoria não contratada refleti sobre uma gíria usada no mundo da musculação: frango, que não corresponde a pessoas magras ou iniciantes na musculação, é algo relacionado a mentalidade, pessoas que querem aparecer mais do que treinar, deixarei três links a seguir para quem se interessar, daí tirar suas conclusões, basta clicar nomes para ler (primeiro, segundo e terceiro).
Frequentemente penso em criar ficções para compartilhar aqui. Mas, esqueço que situações interessantes ocorrem no cotidiano. Nem sempre são eventos incomuns, às vezes minha reflexão sobre eles já é suficiente para um texto. Quando me sento para... Meu irmão intercedia para ajudar, elucidar, quando ainda a internet estava a passos lentos, ele já era familiar com treinos que hoje vemos direto em academia, vide técnicas de mobilidade. A minha indignação da abordagem do magricelo deu lugar a um sentimento de empatia, pois em parte ali vi meu maninho. Sorri, agradeci, ele saiu, foi encher a garrafa com água, deixou a bolsa como se estivesse guardando o lugar na polia ao lado da que eu estava fazendo, chegou um terceiro perguntou se eu estava usando.
- Não tem ninguém usando, pode fazer. – E saí, afinal não sou tão bonzinho assim.
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