
Na tradição judaico-cristã diz-se que enquanto Moisés recebia os Dez Mandamentos no monte Sinai, Aarão recebeu o seguinte pedido do povo: “Faz-nos ídolos, para que tenhamos deuses que nos guiam, pois não sabemos o que foi feito desse Moisés que nos tirou do Egito” (Êxodo 32). Aarão coletou peças de ouro e moldou um bezerro que foi adorado pelo povo. Uma parábola totalmente atual. Quantos seguem fielmente uma pessoa, seja do meio religioso, artístico ou político – o pior tipo, afinal eles foram eleitos para nós, a fim de servir o povo, não para serem objeto de adoração. Você admira ou idolatra? Defende ideias ou pessoas? Gosta de obras ou de quem as produz? Buscamos pessoas para seguir, mestres, gurus (até aqueles envolvidos em escândalos), coaches (cof, cof, cof, cof) ... por que essa idolatria? Por pessoas de carne e osso como você? Falíveis como você, às vezes até mais. Neste ano teremos eleições, com o voto você pode mudar o rumo da nação. Pense por si, não caia em oratórias cheias de falácias, discursos mentirosos; pense por si. E para finalizar deixo um trecho da famosa música “Eh, oô, vida de gado / Povo marcado eh / Povo feliz” Nas fazendas, existe o hábito de marcar o gado com um instrumento de metal aquecido e prensado contra o couro do animal, assim tem-se o “gado marcado”; o refrão da música se refere a essa marcação, também ao estado de felicidade forçada contido no livro “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley (uma obra de distopia, ficção futurista, na qual um governo central e autoritário se encarrega de manter a população “feliz” durante todo o tempo, evita-se qualquer tipo de conflito ou desentendimento). Devidamente manipulados dentro do controle dos líderes, reina no povo a falsa ideia de felicidade.
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