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Meu Animal Interior

Foto do escritor: Pedim GuimarãesPedim Guimarães



Quando rola essa pergunta, as respostas giram em animais predadores mais agressivos – tais como leões, tigres, lobo, tubarões... Alguns mencionam pássaros, simbolizando liberdade. Outros falam de animais adoráveis, enquanto os bem-humorados escolhem macacos ou exóticos como o ornitorrinco. Pessoas chatas podem optar por dinossauros. No meu caso, prefiro a preguiça. Por quê? Justamente pelo nome.

Não escondo que sou um preguiçoso convicto. O leitor pode se surpreender, já que é um pecado capital. Pensem bem, qual a motivação de muitas invenções? Se você respondeu necessidade, você foi ao senso comum, está certo, contudo, pense comigo, você não acha que muitas descobertas foram desenvolvidas a fim executar uma tarefa de forma mais fácil, rápida, econômica? Justamente o que o preguiçoso eficaz busca. Eu me enquadro.

Busco ser responsável mesmo quando desfruto do ócio. Garanto que as tarefas designadas a mim estão em progresso ou atualizadas, pois nem tudo pode ser concluído instantaneamente. A preguiça inteligente está alinhada execução bem-feita, pois se fazer algo gera preguiça, refazer é ainda pior, afinal, só de pensar em receber advertência por algo me gera uma angústia, portanto evito isso.

Admito ter uma enorme relutância: em precisar pedir “com licença”, pois acredito que se é necessário solicitar, a cortesia do outro indivíduo parece não existir, ou a ausência de discernimento, no mínimo. Prefiro dar um jeito, se é para passar por um local obstruído, prefiro dar a volta a pedir “com licença”.

Você pensou que tenho preguiça de atividade física? Que nada, gosto, sobretudo por trazer benefícios a saúde. Estou muito fora de forma, contudo tenho esperança de um dia ficar menos decadente por conta do volume de treinos que tenho realizado.

Prezo muito por economizar minha energia, destarte posso canalizar para o que realmente me importa. Brigar por qualquer assunto? Prefiro evitar a fadiga, como diz o grande sábio Jaiminho. Vidas dos outros? Se não me incluir, procuro não me importar. Não cuido da minha existência como deveria, quanto mais da de outrem, fora que estou num momento em que priorizo minha introspecção, afinal como diria o adágio do oráculo de Apolo em Delfos na Grécia “homem, conhece a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”. Complicado que nessa imersão na busca por mim acabei me perdendo no caminho.

Voltando ao animal preguiça, ela poupa energia. Sabia que suas habilidades de defesa são bem agressivas? Sabia que são nadadoras exímias? Comum as associarmos à letargia, visto que dormem mais de doze horas por dia, nesse ponto divirjo delas, sou ruim para pegar no sono. Também outro ponto que nos difere é que o bicho defeca apenas uma vez por semana, já eu... não deduza, prezado leitor, que possuo constantes diarreias, longe disso.

Sumário. Podemos aprender que realizar atividades de forma eficaz e economizar energia para o que realmente interessa constituem ensinamentos interessantes para o cotidiano. Viu como um pecado capital pode ajudar na sua vida?

 
 
 

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