
Natação me traz sentimentos confusos, mais precisamente amor e ódio. Quando pequeno, acho que eu tinha cinco anos, minha mãe me levou a uma escola de natação, durante a exposição do local, escorreguei e caí dentro da piscina, afundei. Ainda me lembro da sensação, rapidamente o professor mergulhou e me salvou, não foi necessário realizar qualquer procedimento. Se minha memória não falha, Mamãe gritou comigo (hoje entendo o porquê). Saí de lá chorando e, claro, com trauma de piscina. Alguns anos depois que superei o medo, por recomendação médica, a fim de controlar minha asma. Eu estudava de tarde, tinha o privilégio de acordar não tão cedo, que foi quebrado pelas aulas de natação. Além de enfrentar a sonolência, havia outro adversário: a temperatura congelante da água! Isso durou anos. Iniciei outras modalidades esportivas, passei muito tempo sem nadar, até que estava em uma rotina exaustiva do meu trabalho anterior e estudos, consegui encaixar natação no intervalo do almoço, era bom, ninguém na piscina; apenas eu, meus pensamentos e a água com cloro. Vez por outra ia um cara, fizemos amizade, eu o chamava de Tubarão, enquanto eu nadava 1000 metros, o medonho fazia 1500. Mudei de emprego, portanto de rotina. Vez por outra nadava, esporadicamente. Neste ano, vi-me obrigado a retornar, estava numa rotina boa de treinos, inclusive com Tai Chi, porém umas dores no calcanhar me fizeram parar. Sem poder fazer outro tipo de cárdio, afinal preciso baixar peso, tive que voltar a nadar. Peguei meu antigo par de óculos, encarei umas aulas com ele, o bichinho leal aguentou umas aulas, esperou o término de um treino para romper o elástico. Acho que melhorei um bocado desde que voltei. Às vezes, a gente tem que recuar para avançar, como pegar distância para saltar, dar um tempo, mudar um pouco, afinal faz parte, nem sempre as coisas saem como a gente espera. Ah, não tô nadando tão ruim, viu?
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